do blog Politicamente
Paulo Martins vai deixar o cargo de assessor especial do governador Ratinho Junior na próxima semana. Primeiro porque recebeu o convite do governador para ser vice de Eduardo Pimentel (PSD) — o candidato dos palácios Iguaçu e 29 de Março na disputa pela prefeitura de Curitiba. E depois pela questão legal. A legislação eleitoral prevê que servidores comissionados têm que deixar o cargo até três meses antes do pleito: 6 de julho.
Conta uma boa fonte palaciana, que antes de viajar de férias, Ratinho se reuniu com Paulo Martins e fez o convite. O governador teria argumentado sobre a importância de ter um aliado de primeira hora na vice prefeitura de Curitiba. Ainda falta uma conversa franca entre Eduardo Pimentel e Paulo Martins. Mas é uma questão de tempo. Nada capaz de mudar a estratégia desenhada pelos estrategistas do atual vice-prefeito.
A oficialização do PL na vice do PSD abre as portas de Curitiba para Jair Bolsonaro — que já tinha condicionado a participação da eleição na capital paranaense ao segundo posto na chapa. Além dos muitos vídeos para a propaganda política e para as redes sociais, Bolsonaro deve desembarcar em Curitiba para percorrer a cidade num grande ato político em apoio a Eduardo Pimentel.
O reflexo, no entanto, não é só positivo. O time da prefeitura, capitaneado pelo prefeito Rafael Greca, não morre de amores pelo ex-deputado federal do PL. O alcaide ainda não esqueceu da pecha de traidor que Paulo Martins tentou colar durante a disputa pelo Senado Federal na eleição de 2022. Apesar da insatisfação, o prefeito terá de fazer ouvidos de mercador e engolir a chapa Eduardo/Paulo se não quiser cair no ostracismo político a partir de 2025.
Apesar da entrada de mais um postulante do espectro da centro direita, que poderia ameaçar os planos de eleger Eduardo Pimentel, o Iguaçu não teme os Barros nas urnas. Pelo menos não em Curitiba.