Do ESTADO DE SP
Dois irmãos vão concorrer a cargos majoritários no Paraná na
eleição deste ano: o senador Alvaro Dias (Podemos) é pré-candidato à
Presidência da República e o ex-senador Osmar Dias (PDT) deve se lançar ao
governo do Estado. Apesar da relação de parentesco, os irmãos Dias são
conhecidos por não compor alianças nem palanques.
Neste ano não deve ser diferente: apesar de Osmar declarar
publicamente que vai apoiar o irmão, mesmo tendo o PDT um pré-candidato à
Presidência – Ciro Gomes -, a recíproca não é verdadeira. Em lançamento da
pré-candidatura à Presidência, na semana passada, em Curitiba, Alvaro não
declarou apoio a nenhum pré-candidato do Paraná e disse que sua campanha no
Estado terá uma “união suprapartidária”.
Procurado, Alvaro Dias evitou falar sobre alianças
partidárias no Paraná. “Estamos aguardando o momento para definição em relação
à eleição estadual. Tenho pedido um tempo para que nós possamos acomodar o
nosso projeto nacional em primeiro lugar. Depois, nós vamos proceder em relação
à eleição estadual”, afirmou em nota enviada por sua assessoria.
À reportagem, Osmar ressaltou sua história política ao lado
do irmão, mas admitiu que nem sempre eles pensam igual. “Isso é comum em todos
os casos de irmão na política. Temos os mesmos valores, mas não quer dizer que
a gente pense igual em tudo.” Ele reafirmou o apoio ao irmão e disse que não
vai “reclamar” se ele não retribuir. “Se ele achar que o prejudica no projeto
nacional, tem meu apoio para tomar a decisão que quiser.” As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Na semana passada, parte dos integrantes do Podemos no
Estado, liderados pelo vice-presidente Elizeu Chociai, chegou a declarar apoio
a Ratinho Júnior, pré-candidato do PSD ao governo. Em seguida, o presidente da
legenda paranaense, o prefeito de Pato Branco, Augustinho Zucchi, desautorizou
o vice. “Quem falou aquilo não falou pelo partido”, disse à reportagem,
afirmando que a posição do Podemos só será formada em convenção da executiva
estadual.
O choque de interesses políticos não é novo na família Dias.
Historicamente, eles evitam se enfrentar diretamente, seja para vagas em cargos
no Executivo ou no Legislativo – quando um é candidato, o outro não é. Em 2010,
por exemplo, Osmar só decidiu se lançar ao governo no último dia do prazo, quando
o irmão, na época do PSDB, foi preterido para concorrer ao cargo e também para
ser vice-presidente na chapa de José Serra.
Alvaro, por sua vez, decidiu manter distância naquele ano da
campanha eleitoral do Paraná, já que o irmão formou chapa com PT e PMDB. Osmar
chegou a atuar na gestão do irmão, entre 1987 e 1991. O afastamento, afirmam
pessoas próximas, ficou evidente quando Osmar se candidatou ao governo em 2006
e em 2010 – foi derrotado nas duas.
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