Torcedor morre ao ser atingido no ônibus por uma pedra

Homem de 27 anos morreu atingido por pedra, em Balneário Camboriú.
Testemunhas disseram que nenhum passageiro era de torcida organizada.

Mariana de Ávila Do G1 SC

 

Dois torcedores do Avaí relataram o momento em que um micro-ônibus foi atacado na madrugada desta quarta-feira (24) e um homem de 27 anos foi atingido na cabeça por uma pedra jogada de um viaduto, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte catarinense. Segundo as testemunhas, que estavam no interior do ônibus e pediram para não serem identificadas, o barulho foi intenso e os ocupantes ficaram em pânico assim que foi constatado que João Grah estava gravemente ferido. O rapaz morreu na madrugada e está sendo velado na Câmara de Vereadores de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis, e o enterro será nesta quinta-feira (25).

 

João morreu ao ser atingido por pedra na cabeça
(Foto: Reprodução/Facebook)

 

O veículo coletivo transportava 22 torcedores do Avaí que retornavam a Florianópolis após assistirem um jogo contra o Paraná, em Curitiba (PR), na noite de terça-feira (23). De acordo com um rapaz de 22 anos, os passageiros pediram ao motorista para não parar o micro-ônibus assim que Grah foi atingido. "Se parássemos, achamos que todo mundo iria morrer. Ficamos em pânico. Pedimos para o motorista seguir até o posto da polícia mais próximo.  Aquilo era um atentado, todo mundo ia ser atacado", relembra.
O caso aconteceu por volta da 0h30. próximo concessionária responsável pela rodovia, mostra o momento em que as pedras foram atiradas no micro-ônibus por pessoas que estavam sobre um viaduto. Nas imagens, é possível ver quatro pessoas saírem do veículo e outras cinco aparecem correndo logo em seguida. Elas ficam na beirada do viaduto esperando a passagem do micro-ônibus, jogam as pedras e fogem.

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O veículo foi atingido quando passava na altura do km 136 da BR-101. O vidro dianteiro do micro-ônibus onde a vítima estava foi atingido por ao menos três pedras do tamanho de um sapato número 42. A Policia Rodoviária Federal analisa imagens das câmeras da Autopista para dar início à investigação do caso.

Momento do ataque
De acordo com uma das testemunhas, João Grah estava ao lado do motorista quando foi atingido. Ele estava na parte dianteira do micro-ônibus para acompanhar o condutor. "Foi tenso. Foi terrível. A gente estava fazendo uma viagem tranquila. O João tinha acabado de trocar de lugar com um outro rapaz para sentar no banco da frente, do lado do motorista. A gente se revezava por ser uma viagem longa e manter o motorista atento", comenta o rapaz de 22 anos.

 

 

Pedras atiradas têm o tamanho de um sapato
número 42 (Foto: PRF/Divulgação)

 

O outro jovem, de 19 anos, conta que, ao ouvir o impacto das pedras, pensou se tratar de um acidente de trânsito. "Eu cheguei a achar que era uma batida de carro. Daí abriram a porta e vimos o menino. Ele já estava muito machucado, mas não podíamos parar. Todo mundo podia sofrer alguma coisa".
Mesmo com medo de parar o micro-ônibus, os passageiros acionaram os serviços de socorro para atender ao rapaz ferido. "De dentro do ônibus eu já fui ligando para o 190, para a Polícia. Outros colegas ligaram para o 193, ligamos para a Autopista. A gente só não podia parar o ônibus", reforçou o jovem de 22 anos.
"O rapaz foi atendido no posto da PRF e nós seguimos viagem por volta da 1h. Eu cheguei em casa às 3h, mais ou menos. Nenhum dos passageiros ficou lá com ele, a gente não o conhecia", relata a testemunha de 19 anos.

Possível perseguição
Segundo a testemunha de 22 anos, o carro que aparece no vídeo, em cima do viaduto,  já estava seguindo o veículo há alguns quilômetros. "Nós viajamos com todas as cortinas fechadas, a maioria estava dormindo. Eu abri a janela em um momento e vi aquele Corsa branco. Ele estava com as luzes apagadas e passou ao lado do ônibus, na pista rápida. Não deu pra ver quem estava dentro, mas todas os vidros estavam abaixados".

 

Micro-ônibus foi atingido no vidro dianteiro em
Balneário Camboriú. (Foto: PRF/Divulgação)

 

O outro jovem confirma a versão. "Eu estava no último banco do ônibus e o meu colega avisou do carro. Disse que estava andando devagar do lado há muito tempo. Eu cheguei a ir na janela e só vi o carro passando rápido. Já estavam indo em direção ao viaduto", explica.
Os dois rapazes que estavam no veículo afirmaram que não havia torcedores de torcida organizada no ônibus. "Eu conhecia alguns amigos e montamos um grupo. Depois entramos numa comunidade em uma rede social para completar o número de pessoas para a excursão. A maioria ali era jovem, por volta dos 20 anos", disse a testemunha de 22 anos.
"Na confusão, tinha um filho que chamou pelo pai. Famílias de bem estavam ali. O mais novo passageiro tinha 18 anos. A maioria não se conhecia, a gente só queria ver o jogo e voltar pra casa", afirmou o outro de 19 anos.