Candidato do PSDB à Presidência chama de 'irresponsabilidade'
informações de que vai interromper programa se for eleito e promete
reajustar aposentadoria com base no preço de remédios
O candidato à Presidência do PSDB, Aécio Neves, qualificou de
"irresponsabilidade" e "terrorismo" as informações de que acabaria com o
programa Bolsa Família se for eleito. Em agenda de campanha no Rio,
neste domingo, 24, o tucano disse que vai corrigir falhas do programa e
ainda prometeu incorporar o que chamou de um "plus" no reajuste das
aposentadoria.
Ao ser questionado se os programas de
transferência de renda seriam interrompidos em um eventual governo
tucano, o candidato afirmou que há "um terrorismo disseminado no Brasil
afora". "Isso é uma irresponsabilidade. No nosso governo o Bolsa Família
não apenas será mantido como nós vamos fazer outras intervenções
adequadas dentro do cadastro do Bolsa Família". Perguntado se isso tem
sido feito pelo PT, respondeu: "Ande pelo Brasil. Se você souber quem
está mandando, me avisa".
Ao falar sobre sua proposta
voltada aos aposentados, Aécio disse que, além do índice acertado haverá
mais um reajuste baseado no aumento dos medicamentos. Durante visita ao
abrigo Cristo Redentor, no Rio, anunciou ainda outras medidas que farão
parte do programa voltado aos idosos, que chamou de Digna Idade.
Questionado
de onde virão os recursos, afirmou: "De um Estado que tem uma política
fiscal austera, que não desperdiça, que não aumenta os gastos correntes
de forma avassaladora e irresponsável como esse governo aumentou ao
longo dos últimos anos".
Para o candidato, a questão é
estabelecer prioridade. "Tratar a questão do idoso no nosso governo será
uma prioridade absoluta", disse a jornalistas após visita ao abrigo.
Ele acrescentou ainda que "o orçamento hoje no Brasil é uma peça de
ficção".
Segundo ele, não é preciso fazer esse investimento
em detrimento de algo essencial. "Vai ser em detrimento do mau gasto,
do desperdício, em detrimento dos recursos para saúde pública que não
chegam na ponta e não são executados. Nós tivemos um contingente muito
expressivo de recursos aprovados no recurso em saúde, por exemplo, que
não foram implementados", disse.
Aécio afirmou que está em
estudo por sua equipe econômica uma cesta de medicamentos, com
prioridade para os de uso contínuo. "É algo absolutamente simples de se
fazer. O custo, naquilo que temos avaliado, não é expressivo".
O
candidato também criticou a atual gestão na área de energia. "O que
onera o Tesouro são os mais de R$ 30 bilhões que agora ele está sendo
obrigado a transferir às empresas de energia, pelo absoluto e absurdo
equívoco do governo na condução dessa área", disse. "No momento em que
nós organizarmos o governo, enxugarmos a máquina pública, cortarmos pela
metade o número de ministérios, definirmos prioridades - que serão
prioridades claras - vai ter dinheiro para o que precisa."
Além
do aumento das aposentadorias, Aécio disse que o programa Digna Idade
vai aumentar e qualificar os cuidadores, ampliar as unidades que atendem
idosos e prever o reajuste do medicamento também para quem recebe o
Benefício de Prestação Continuada. O BPC paga um salário mínimo ao idoso
com 65 anos ou mais que não pode garantir o próprio sustento nem tê-lo
provido pela sua família.
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